Meu "Sentir" tem cor e cheiro. Bebo vinho... Meus versos vivem...Tenho ilusões que respiram... E minhas linhas são veias! Derramo sensações e devaneios. Me ajusto e me asseguro no exagero.Vivo de tudo que é Vermelho!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Duplicidade...






Alinhada à minha dor
Está o meu prazer...
Te perder dói
Te querer me faz bem...


by Silene Neves

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Hilda Hilst



Aflição de não ser a grande ilha
Que te retém e não te desespera.

Aflição de ser água em meio à terra
E ter a face conturbada e móvel.
E a um só tempo múltipla e imóvel

Não saber se... se ausenta ou se te espera.
Aflição de te amar, se te comove.
E sendo água, amor, querer ser terra.


quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Tati Bernardi





Eu descobri que tentar não ser ingênua é a nossa maior ingenuidade
Eu descobri que ser inteira não me dá medo porque ser inteira já é ser muito corajosa...


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Marla de Queiroz



Às vezes é preciso dormir, dormir muito.
Não pra fugir, mas pra descansar a alma dos sentimentos.
Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida.
Porque tudo, absolutamente tudo devora a gente.


sábado, 14 de janeiro de 2012

Pensei que preciso...



Deixe-me encostar sob teus braços
Ouvir o silêncio de árvores que possui teu abraço
Calmamente... Ficar ao teu lado...
Ouvir a respiração das tuas asas
Que trazem o som rasgado dos céus
Deixe-me aqui... A contemplar-te...
Muda e quieta
Me envolvendo nos aromas que você exala
Me confundindo nas cores que você revela
Deixe-me abrigar sob teu calor
Ver a vida sair de dentro de mim
Te tocar... E retornar com amor...
Deixe-me sentir
Deixe-me...
Nessa dependência absurda de te precisar
Escorrendo vinhos
Dos vermelhos inebriantes desse caminho
Retiro meus pés...
Me dou e me nego
Incontida nesse... "Te quero..."
Deixe-me invisível
Sem cor... Sem medida
Ocupando um pequeno traço
... Da tua vida...


by Silene Neves


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

...



O amor "hora" nos faz ácido demais...
 E o outro se torna gradativamente "tanto"...
 Passando a ser mais que nós...
 Muito maior do que fomos um dia.
 E para sermos "nós" não podemos mais viver sozinho
 O outro passa a ser o caminho


by Silene Neves

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sobre tua falta...



Era só mais uma tarde...
Fria e chuvosa
E eu desenhei mais uma vez a sua volta
Te vi chegar...
Sério e sedento
Me vasculhando com os olhos
Me arrancando suor pelos poros
Pude sentir tuas mãos firmes apertando meus seios
E teus beijos me mordendo os lábios
Era só mais uma tarde
Feito outras... e mais outras...
E eu andei por entre as pessoas...
Por entre os carros...
Admirei vitrines...
Tive uma fome sem sentir fome
Voltei pra casa
Me recolhi...
Ninguém precisa saber que eu sofro
E choro...


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Dias novos...

Não tenho visto mais com frequência vestígios teus
Dias antes eles estavam sobre os meus cabelos
Espalhados sobre minha pele...
Tirando a ordem de todas as coisas do meu dia
Mas agora...
São mínimos os teus sinais sobre minha existência
Quase inexistentes eu diria
Nada [assim] que me incomode
Ou que me mova até você...
Não preciso mais...
Não temo mais
Ficou fácil dormir sozinha
Consigo sentir o gosto da comida
E a chuva e o frio não me assustam mais como antes
Agradeço quando vem o sol
Estendo no varal suas camisas mofadas
Teus cd's... Sua toalha de rosto
E suas manias perdoáveis
Vou dando um jeito nessa bagunça
Tirando a poeira da sua xícara de café
Ainda a pouco sobre a mesa... ao lado da minha 
Abri as janelas
Essa casa e eu precisamos respirar mesmo sem você por perto
Tirei seu travesseiro da cama
Pra ter mais espaço pra sonhar
Acho que falta pouco
Falta teus olhos e teu sorriso se desfazerem na minha retina
E pronto...
Não haverá lembrança para habitar esse lugar
Não haverá mais você para meu coração resgatar
Você enfim... terá partido daqui...





domingo, 1 de janeiro de 2012

Frio resumo...

Era eu...
Vestida de alma e unhas vermelhas
E você...
De blusa verde... sem saber o que fazer
Fomos um...
Todas as vezes que nossos olhos se olharam
Isso sempre foi tudo que podíamos fazer: olhar...
Era eu...
Vestida de urgências e apelos
Despida de medo e precauções... Pronta!
E você... novamente sem saber o que fazer.
Eu fui [eu] tantas vezes... acho que todas as vezes!
E você... quem foi?
Alguém verde...
Tão verde... que nada foi
Me cansei de acariciar tua pele com meus olhos
E de beijar  tua boca em pensamento
Ainda ouço o som da chuva daquela tarde
Ainda ouço teus sinais
Eu [de] vermelho acreditei
E você [de] verde esqueceu do que prometeu
Agora sou
Aquilo que só meus olhos viram
E o que minhas mãos nunca sentiram
Sou a saudade do que não foi vivido
Sou essa estranha dor
Por não poder te olhar mais como eu fazia
... Todos os dias...
Agora sou verde como você
Na sua falta...
Não sei o que fazer!